kitschnet - mini-pratos ao balcão: 01.14


30.1.14

Resolução de Ano Novo (300 dpi)
Continuar a dizer as coisas erradas, mas agora de propósito.

posted by pimpinelle
25.1.14

Crossing all the ts

Perante os seus rendimentos líquidos, uma pessoa sente-se rabalhadora.


posted by pimpinelle
22.1.14


Qualquer realidade é pura



coincidência.

posted by pimpinelle
21.1.14

Granta funda



posted by pimpinelle
20.1.14

Livro de visitas
Ia escrever uma mensagem para os meus visitantes coreanos, sempre assíduos, não esquecendo o indivíduo albicastrense, cuja identidade desconheço mas que já é da casa:

Olá, amigos coreanos (e também de Castelo Branco). Não sei que vêm aqui fazer tantas vezes, mas espero que esteja tudo do vosso agrado.

A minha ideia era converter isto para:

안녕하세요 한국 친구 (그리고 화이트 캐슬). 나는 자주 여기에서 오는 사람들을 알고 있지만, 모든 것을 원하는대로 희망하지 않습니다.

Quando, pelo sim, pelo não, retroverti o texto, apercebi-me de que poderia estar a dizer isto:

Olá amigo Coreia (e Castelo Branco). Sei que as pessoas que vêm aqui muitas vezes, mas eu não quero tudo.

E isto não pode ser. Porque eu quero sempre tudo. Espero que compreendam.

posted by pimpinelle
18.1.14

Generalogias

Leio na literatura coisas do género «as pessoas são como [...]», a que se segue a metáfora navios, uma flor, um urso furioso e depois um exemplo. E o indivíduo expõe ali, naquelas linhas aborrecidíssimas, uma teoria a que dedicou neurónios, de que se orgulha, mas que não cumpre qualquer propósito além de o escriba ter encontrado uma casquinha de noz onde pôr o mundo (e de isso, se calhar, lhe garantir uma ou duas boas noites de sono). 
Durante muito tempo achei um defeito, e por vezes ainda caio na armadilha e acho, a minha incapacidade de reduzir a humanidade, o Ocidente, os europeus, os portugueses, as mulheres, as mulheres jovens, as mulheres jovens que habitam em Lisboa ou as mulheres jovens que habitam no centro de Lisboa a uma coisa, mesmo que essa coisa seja uma metáfora complexa e mirabolante. O único mapa bom para o mundo é um em tamanho real. 
Zeus me livre de dizer o que os outros são. No dia em que me virem fazê-lo, sedem-me com um dardo tranquilizante até me passar o delírio. Os outros não são coisa alguma. São estranhos. Provavelmente porque são os outros. E toda a tentativa de os reunir e de os atar com uma corda ainda que eles próprios se reúnam, se atem com uma corda e cantem pais-nossos em coro é estúpida. E aqui generalizo sem problemas. Está dito. Que alívio.

posted by pimpinelle
17.1.14

Surrealisn't


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16.1.14

8 setenças para a vida [das quais se destaca a sétima]

«O prestígio é uma armadilha dos nossos semelhantes. Um artista consciente saberá que o êxito é prejuízo. Deve-se estar disponível para decepcionar os que confiaram em nós. Decepcionar é garantir o movimento. A confiança dos outros diz-lhes respeito. A nós mesmos diz respeito outra espécie de confiança. A de que somos insubstituíveis na nossa aventura e de que ninguém a fará por nós. De que ela se fará à margem da confiança alheia.» 

Herberto Helder, 1964, em entrevista a Fernando Ribeiro de Mello.

Herberto Helder, um homem que não fala, poema.

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15.1.14

«Porque nada é invejável, nada é belo, quando é preciso adquiri-lo a um preço abjecto.»

Plutarco, Como Tirar Partido dos Seus Inimigos, seguido de Como Distinguir um Bajulador de um Amigo, Publicações Europa-América, numa edição que põe à prova o conceito de «melhor do que nada», p. 37.

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10.1.14

Um aperto no peito, uma dor no coração
Eram puns.

posted by pimpinelle
6.1.14

2014

Preciso de um calendário mensal de secretária para manter o passo com o mundo e para não voltar os olhos semicerrados para o canto inferior direito do ecrã de cada vez que quero saber a quantas ando, andei ou andarei. Varri a internet em busca de um, mas nada: ou demasiado grandes ou sem espaço para escrever. Ponderei até comprar um com motivos infantis e um com imagens de comboios ingleses, mas acabavam por não preencher os requisitos de dimensões, espaço para notas e afins. Foi então que os anjos cantaram e eu encontrei o calendário quase perfeito nas medidas, no aspecto, na funcionalidade, na simplicidade e na qualidade dos materiais. Além disso, era barato e de dois anos (!). Mas. Como não haver um mas? As semanas começam ao domingo. E as minhas semanas não começam ao domingo. Nunca começaram e não quero que venham a começar. Mais de metade dos calendários mensais que aí andam anda ao engano. Mesmo assim, pensei em adaptar-me. Olhei para ele durante vários minutos, guardei-o nos favoritos para voltar a olhar para ele uns dias depois. Não dá. Não consigo fingir que a semana começa ao domingo (nunca! ouviram?), os meus olhos não conseguem desver o que já viram e violentar-me desta maneira durante dois anos seria uma enorme falta de respeito para com os meus princípios, por muito ridículos que sejam e por muito bonito que seja o calendário (que o é). 

O mais provável é que não venha a encontrar o calendário que quero. O mais provável é que, em Junho, eu ainda ande a entrar em todas as papelarias que encontre a perguntar o que têm. Pensei em imprimir qualquer coisa, mas não gosto de folhas soltas ou moles para este efeito. Ou é como preciso que seja ou não é. Neste início de ano, ser capaz de ser inflexível, ver-me com estas exigências com tanto de infantil como de sapiente, é uma vitória. A segurança interna que hoje sinto para rejeitar o que não está à minha altura é cada vez maior. 2014 poderá vir a ser um ano difícil, mas não será um ano mau.



posted by pimpinelle
4.1.14

manter
mentir

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Viagem no tempo (agulha apontada para: primórdios do segundo milénio)
Acessórios feitos com casca de coco.

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Estaladão na cara
«[...], né?»

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