kitschnet - mini-pratos ao balcão: 03.13


25.3.13

Sra. D. Pimpinela
também faz os possíveis por aguentar até ao fmi do mês.

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22.3.13

À maneira de Adília Lopes
As gordas fumam
com o mindinho esticado
por acharem que assim
ficam mais elegantes.


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21.3.13

Ai, que o
Entra mosca
Sai asneira
A merda é sempre a mesma

(17 sílabas!)


(Rita, uma rapariga tão bem educada não devia dizer esse género de coisas.)

 

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20.3.13

Outra da cadeira «Introdução às Finanças Filosóficas»
Boa lição me deu meu bisavô em não ter frequentado escolas públicas e ter beneficiado de bons mestres ao domicílio; e ter compreendido que para tal é mister ganhar bom dinheirinho.

Marco Aurélio

[Pensamentos, livro I, 4.º parágrafo. 
Versão de João Maia para a Editorial Verbo.]

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15.3.13

Happyless
Há muitos, muitos anos, vi um anúncio num jornal. Alguém procurava editores. Porque não? Mandei o CV e chamaram-me para uma entrevista. Deram-me apenas uma morada. Googlei-a e descobri que era de uma empresa que detinha publicações periódicas. Sem saber do que se tratava, lá avancei. Esperei muito para ser atendida. Quando finalmente me chamaram, já  tinha percebido tudo, mas não tive coragem de me ir embora. Fui recebida pela directora da revista, nos quarentas, magra, daquele giro à base do styling certo. Ouvi o que disse através do vidro imaginário que nos separava que a revista era a que tinha mais vendas no segmento, que procurava uma editora em quem delegar porque mal tinha tempo para respirar. Acho que pelo meio me disse que tinha um filho. O gabinete estava cheio de papelada, artes finais de publicidade, e o que, qual corvo, me chamou mais a atenção pejado de artigos cintilantes, frascos de perfume, jóias, uma ou outra peça de roupa, acessórios de todas as cores, para todas as ocasiões. Estavam ali várias páginas de revistas femininas, daquelas onde surgem os el dorados a preço sob consulta, ao monte, as estantes invisíveis sob a profusão de enfeites. A senhora sabia que eu tinha ido ao engano, até hoje não sei porque me chamou, mas não se calava. Percebi que ela tinha de fazer aquele discurso e não dei luta. Sorri, até. Até que. Me faz a pergunta fatal: «É uma mulher Happy?» O meu esqueleto estremeceu de riso e a onda de choque alastrou, mas contive-a a tempo. Precisamente para ganhar tempo, mas sabendo perfeitamente o que queria dizer com aquilo, perguntei: «Como assim?» Já não me lembro bem do que aconteceu a seguir; ela deve ter-se perdido na explicação e desistido da minha resposta. No fim, reconhecemos juntas que eu não tinha o chamado perfil, mas convidou-me a escrever um texto, por talvez me poder enquadrar como redactora. Cruz. Credo. Lá consegui poupá-la à minha resposta não sou uma mulher Happy, de todo, sou uma mulher adulta, ainda que isso às vezes me custe, ando direita, sei que não se perde peso depressa, nunca me esqueço da diferença entre astronomia e astrologia e, sobretudo, sei que a minha felicidade não está nos inquéritos, nas «reportagens», nos conselhos e cupões de desconto que as revistas oferecem, obrigada e despedimo-nos, com muita pena uma da outra, ambas sabendo perfeitamente que aquela meia hora tinha sido vida em vão. Talvez por estas e por outras a senhora mal tivesse tempo para respirar. Espero que entretanto esteja melhor, um pouco menos Happy.


(Estas capas são poesia inadvertida. Esta não foi, de longe, a minha pior entrevista de emprego.)

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7.3.13

Mais uma da cadeira «Introdução às Finanças Filosóficas»
Em última análise, se todas as coisas são feitas de poeira cósmica que decidiu agrupar-se assim, tudo caiu do céu. Até o dinheiro.

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4.3.13

L'air du temps
Não consigo começar a cantar Grândola, Vila Morena sem desembocar no Ó Rama, ó que Linda Rama. Vai-se a ver e sou fascista.

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2.3.13

Motes vivendi
«Se andares sem calças, ninguém te pode apanhar com elas para baixo.» 
Confúsio

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1.3.13

Diário de bairro II


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