kitschnet - mini-pratos ao balcão: 10.07


24.10.07

errata/adenda a dentro
toda a angústia de uma alcachofra.

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triste figura de estilo # 2
toda a melancolia de um cubo de gelo

posted by pimpinelle
22.10.07

safari
qualquer explorador da internet precisa de uma mochila firefox

posted by pimpinelle
21.10.07

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quero


desperdiçar

a

minha


vida


toda


contigo

posted by pimpinelle

por porções
o homem de vitrúvio é uma espécie de sugestão de apresentação.

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a meias

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nothing but the truce
o santana levantou-se e o bush recebeu o dalai lama. mais sensato do que isto só o harakiri.

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picture perfect
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posted by pimpinelle

mais uma vez emiti o juízo final de que não deveríamos mudar de hora. é antinatural, perdemos luz e por causa disso muito mais para além disso. dão-me, como quase sempre o fazem, de sorriso condescendente de quem fica contente por a esta saber responder, a explicação económica ou afim. desta última vez disseram-me que assim ficaríamos ainda mais afastados do resto da europa. ao que não fui capaz de responder com o devido e então? ou paciência ou melhor. fiquei-me por um lá isso era. e depois fiquei a matutar nesta minha pequena cobardia e se o tinha sido ou não, porque pus uma inevitável expressão sonhadora nas bochechas e deixei um silêncio pelo meio. quando me assalta o quinto dos impérios não há nada a fazer.
curioso que, por uma questão de princípio meio e fim não aceite a ideia de povo escolhido, tenha a até hoje inabalada intuição de que ainda temos um palavrão a dizer.

posted by pimpinelle
20.10.07

gosto de estendais públicos, nada tenho contra a roupaovento, não me perturba a arquitectura passagística. acho-lhes graça e, humanos, ainda são das coisas que mais arcam a cidade em íris.

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ah, mas deve ter sido com certeza e convicção
aquele senhor disse que Aquele Senhor não joga aos dados. vai-se a ver e logo na página 6 da Bíblia está lá escrito: Deus arrependeu-se.

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reflexão à mesa do grande almoço
se uma das piores coisas que me aconteceu este ano foi ter sido enxovalhada pelo lobo antunes então nem tudo vai mal.

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visualizar para crer
no fim do mês é justo que recepcione o ordenado. sabe bem recepcionar os amigos e recepcionar presentes no natal e nos anos. é bom recepcionar correio, recepcionar o troco e recepcionar boas notas e boas novas, como o é recepcionar bençãos várias e outras dádivas. estás a percepcionar?

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adoráveis eufemismos
pessoa de uma certa idade

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fiat clix
aqui e aqui e aqui e aqui


posted by pimpinelle
16.10.07

and now for something completely ours
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posted by pimpinelle

são prosas, senhor
aproveito a leva para a devida vénia às três alminhas que de mim se lembraram nesta ocasião e noutras, que eu bem sei. mas que nem sei por onde começar a responder. fica aqui um de que não me esqueci e outro de que não me esquecerei. e que mais dizer? é o que se vê. quanto a comentários é o correio que trata deles e até hoje não lamentamos o inconveniente. é verdade. e é assim e é verdade.

posted by pimpinelle

reininho na barriga
não me esqueci e ando para agradecer e retribuir há um sem fim de tempo [vou fazendo lentamente a ronda das respostas ao crédito mal amparado] um post que aqui me ligava -os outros todos também são para agradecer- em que falava do Reininho e moi. pois bem, não me alongando muito, mas não deixando a efeméride que muito me honra passar em branco, confesso apenas, partilho e já agora torno público, em nome da admiração que nutro por um e outro, que aos 13 anos lhe escrevi uma carta em que declarava, em linhas tortas e gerais, senhor reininho, escrevo coisas muito parecidas com as suas; se algum dia lhe faltar a imaginação, contacte-me.
não lhe cheguei a remeter a missiva porque muito zangada com quem me oferecera o mosquito álbum o deitei para o lixo e a correspondência seguiu igual destino. o lobo no cais sozinho ficou e eu continuo a achar-lhe graça, silenciosa, à distancia. no fundo, obrigadinho é o que eu lhe desejo. e samuel, tivesse eu mais chapéus e mais tos tirava.

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sexo fraco? II
ser do feminino é mais forte do que eu.

posted by pimpinelle

sexo fraco?
que cada um fale por si

posted by pimpinelle

obra e graça
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.salvos de palmas, muitos anos devidos.

posted by pimpinelle
14.10.07

faça um upgrade à sua vida

5 minutos. 5 euros.

não é um cocktail, não é uma chamada telefónica para a Austrália, não é um top ou um album em promoção, não é um bilhete de cinema, uma prostituta ou dois maços de cigarros, não é uma ida à manicure, um ambientador de automóvel ou um bitoque.
é uma mão e uma voz.


em menos 5 minutos. por menos de 5 euros.


posted by pimpinelle

prisão de ventre perpétua
[era condená-los a todos!]
gente que chama salada à alface; gente que gosta de filmes de terror. por exemplo.
[vou mantendo estas indignações de porteira para me preparar homeopaticamente para o resto]


posted by pimpinelle

no frigorífico
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insulto
você é estrebaria!

posted by pimpinelle

we'll always have Paris
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8.10.07

dar o dito por bendito
um rato sem scroll é um rock sem roll

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Viajante apressado.
Tinha a epiderme como as malas: pele de porco coberta de etiquetas.

Claude Roy, Diário de Viagens

posted by pimpinelle

descoberta
o júlio de matos é muito parecido com a quinta da marinha.

e a quinta da marinha também é muito parecida com o júlio de matos.

posted by pimpinelle
7.10.07

mais do que sem palavras
Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket Ron Mueck

posted by pimpinelle

cheguei cá por via das dúvidas

posted by pimpinelle

a coisa em si
cabeças de gado
fogos de habitação
parque automóvel
tecido empresarial
[...]

posted by pimpinelle

del.icio.us
aqui

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um certo
G ne sais Quoi

posted by pimpinelle
6.10.07

o que ficou da peça de ontem
- qual é a diferença entre ignorância e apatia?
- não sei, nem quero saber.

posted by pimpinelle

Los Borges
Nada o muy poco sé de mis mayores
portugueses, los Borges: vaga gente
que prosigue en mi carne, oscuramente,
sus hábitos, rigores y temores.

Tenues como si nunca hubieran sido
y ajenos a los trámites del arte,
indescifrablemente forman parte
del tiempo, de la tierra y del olvido.

Mejor así. Cumplida la faena,
son Portugal, son la famosa gente
que forzó las murallas del Oriente

y se dio al mar y al otro mar de arena.
Son el rey que en el místico desierto
se perdió y el que jura que no ha muerto.

Jorge Luis Borges, 1960

posted by pimpinelle

Marina Colasanti
Eu sei, mas não devia

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos
e a não ter outra vista que não seja as janelas ao redor.

E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas logo se acostuma acender mais cedo a luz.
E a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado.
A ler jornal no ônibus porque não pode perder tempo da viagem.
A comer sanduíche porque não dá pra almoçar.
A sair do trabalho porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra.
E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja número para os mortos.
E aceitando os números aceita não acreditar nas negociações de paz,
aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir.
A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta.
A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita.
A lutar para ganhar o dinheiro com que pagar.

E a ganhar menos do que precisa.
E a fazer filas para pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e a ver cartazes.
A abrir as revistas e a ver anúncios.
A ligar a televisão e a ver comerciais.
A ir ao cinema e engolir publicidade.
A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição.

As salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro.
A luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às bactérias da água potável.
A contaminação da água do mar.
A lenta morte dos rios.

Se acostuma a não ouvir o passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães,
a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer.

Em doses pequenas, tentando não perceber, vai se afastando uma dor aqui,
um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se o cinema está cheio a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.
Se a praia está contaminada a gente só molha os pés e sua no resto do corpo.

Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana.
E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo
e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se
da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida que aos poucos se gasta e, que gasta,
de tanto acostumar, se perde de si mesma.

posted by pimpinelle

velar

do Lat. vigilare

v. tr.,

vigiar;
vigilar;
assistir a um doente;
estar de guarda;

fig.,

proteger;
amparar;

v. refl.,

abster-se de dormir;
estar de vigia ou de guarda;
prestar cuidados a;
interessar-se.



segunda-feira, no marquês de pombal, a partir das 19h.
vamos ser todos ouvidos


posted by pimpinelle

my mind goes blank
jamais ouvirei conscientemente o relato de alguém que me descreve um acidente de viação.

posted by pimpinelle

responda sim ou não
e dos casulos saem linhas em segunda mão, usadas como novas, que ontem rastejavam barriga no chão e agora ressuscitam e sobem aos céus como mariposas de terceira instância. o terceiro incluído levantou voo, pousou e partiu. borboleta, pauta que a pariu.
o blogger propõe-me salvar agora. e pisando o risco, corro-o.

posted by pimpinelle

la vie
une rose

posted by pimpinelle