We are all in the gutter, but some of us are looking at the stars.
Oscar Wilde
queen of all quotes.
{ embora no chão também haja coisas giras como os brilhantes do metro, as manchas arco-íris do óleo na estrada e os buracos na calçada em forma de coração }
spampanante
parece que o filtro do gmail me engole correspondência. se se revêem nesta possibilidade, por favor apoiem o cliente e reenviem os boletins de voto. a ciência agradece.
marca branda
o melhor genérico do ano.
há coisas que não se apagam nem às prestações.
no muro queda-se
mulher nem submissa nem devota,
linda, livre e louca
admimnistração
[sou o meu próprio recurso humano.]
há dias em que tudo o que se faz é andar de eucicleta.
prefixo imperfeito
estar-se apalavrado é estar-se sem palavras
[...]
Inutil seguir vizinhos
querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos!
Onde Sancho vê moinhos,
D.Quixote vê gigantes.
Vê moinhos? São moinhos!
Vê gigantes? São gigantes!
Impressão Digital
de António Gedeão
in "Movimento Perpétuo", 1956
surto mudo
Público, 30.10.2006sinto-me sem palavras. estive vai não vai para não fazer nem dizer nada. mas não resisto. é estúpido demais.
ora leia-se com bom senso aquilo que alguém julgou por bem noticiar. se calhar sou eu que sou exigente, é isso. mas acho que vou ficar em casa nos próximos dias a tratar da minha comichite. e se eu for ao hospital, o que é que os médicos fazem? coçam? arejar a sala e espalhar os alunos é boa ideia? será que assim não se propaga? como é que se apanha? há vacina para a comichão, esta nova doença? comichão é pior que espirros? e os bocejos? os alunos fartam-se de bocejar. será grave e epidémico? estará a nação à beira do colapso? investigue-se! denuncie-se! que o jornalismo sirva para alguma coisa!
ps: será que os desenvolvimentos deste assunto nos darão próximas 1ªs páginas?
royal hair force
logo depois do bungee jumping vem o cabeleirering, sem rede e com toda a incógnita que uma tesoura oferece. tomo a minha dose de 6 em 6 meses.
uma vez lá, roubam-nos a identidade com uma bata, alienanam-nos com uma revista e anestesiam-nos com uma massagem ao escalpe [de unhas cravadas, para que não haja ilusões]. indefesas, de toalha no cucuruto e em vez de corpo e roupa, uma massa coberta a servir de tronco. espelhos de lés a léguas e focos ostentadores de todas as falhas [behold! eis as suas olheiras!] são os instrumentos de chantagem para ficarmos caladas e obedientes. surpreendo-me a receber ordens que não questiono e se ela está mal disposta só me resta rezar baixinho. explico como me quero no fim e no fim já só é um gostava, um se pudesse ser, se sua majestade me desse esse privilégio. não ouve tudo, interrompe com o secador e resmunga. eu a ver o centímetros a irem aos 20 de cada vez. de olhos fechados a abrir de vez em quando para espreitar para o abismo. a meio anuncia-me que vai usar alguma da sua criatividade e eu tremo. vendo o cabelo dela assusto-me ainda mais. mas o que fazer? de cara pálida, com o pêlo molhado preso por molas de plástico, ela a usar a palavra desbastar enquanto segura a tesoura e eu sozinha, com as mãos debaixo do manto.
no fim sou outra, de coração púrpura, saí desta em beleza, sucesso mais uma vez. o inimigo acerta a última ponta e remata dizendo que não é o que pedi mas que assim vou mais à moderna. faz-me uma risca pirosa que me imagino logo a desmanchar e declara: fá-za mais nova e tudo. a pobre nem me imagina a idade e aposto que diz isso a todas. uma hora no salão é uma sova. é a herança feminina do duelo western. vencedora de mais um combate, o novo despenteado é show e eu sorrio e aceno enquanto me afasto só virando costas a 50 metros mais à frente. sei que terei de voltar mais tarde ou mais cedo. enquanto isso não acontece, respiro fundo.