se me perguntassem que raio de influencias tive na vida ou obra, teria de responder à espanhola. pois que tudo! raio de bicho mais influenciável me saí, raio de burra poliglota a querer absorver dialectos. e dei-me conta nos transportes, claro, espaço privilegiado de meditação, espaço privilegiado é uma expressão ridícula, que o metro não perdoa os senhores que vêm de lá com pacotes pesados e sacos grandes e raparigas de muitos saltos que não podem consigo, comigo não, nos calcanhares. e depois de ter estado a ler outras coisas e coisas belas, movida até à comoção lacrimenta de aperto no peito, no muro da escola leio de repente adorot fábio daniel. e feita pedante penso como se pode adorar um Fábio Daniel. mas lembro-me e muito claramente de ter amado um bruno felipe. e pode-se fazer à vontade. até à loucura de preferência. e deve-se. voltimeia tenho de me pôr na ordem e que isso sirva de lição. por causa disso lembrei-me do assomo de alegria de hoje, um dia explosivo – tirando o enjoo matinal que se deve à lactose [passa pela cabeça de alguém comprar leite gordo a uma pessoa crescida? – noutros tempos teria barafustado [o. m. q. tocar bateria] mas agora amaciada pelo tempo, suportei e engoli a básica dose de cálcio] – que me deixou ouveruelmed de tão extasiada. veja-se o influenciável que às vezes sou que, contagiada pela podridão etiquetadora desta sociedade barra civilização pobre que, no meio desta festa me pergunto se soerei bipolar num momento de euforismo. veja-se bem a estúpida! [[e nisto lembro-me do taxista que me acordou hoje de manhã numa rádio comum à hora das notícias a comentar o aumento da bandeirada dizendo e repetindo que só serve para aumentar a psicose das pessoas de que o táxi é um transposrte caro. atenção que este senhor pensa que não é nada parvo]]. bem, será a mesma inclinação céptica e venenosa que me assalta quando vejo um senhor, no transporte [espaço social privilegiado] com umas hortênsias tão perfeitas que a primeira coisa que penso é será que são de plástico. livra, a vida tem-me feito desconfiada. o que me salva é a terra debaixo das suas unhas, ou aquilo que eu desejo que seja terra. e deixo estar assim mesmo, já sei que é do equinócio. e escrevo em qualquer lado que hei-de escrever qualquer coisa importante em que alguém leve uma pêra, porque é pena que nunca ninguém leve pêras nos livros. E outras coisas também. [o meu enfatuamento blasé faz com que acabe muitas frases em blá blá blá e etcetera e com que muitas delas comecem por e [este último facto deve-seà gula], façam favor de ignorar que eu farei o mesmo.] Sou feliz todos os dias [interjeição!].
de asa posta mala aposta que quase nem vi a primavera mão no peito cheio dias em papel vegetal tule leve para embrulhar apaga desenha deixa ficar nas ervas das dunas dos pesos, das penas, as plumas posted by pimpinelle
feliz verããããããããão mundo inteiroooooooooooooooooooooooo!
[ou meio mundo]
sou boa pessoa, juro que sou, mas a depilação definitiva continua a figurar na minha lista de objectivos
[porque é que não sou capaz de dizer o nome Martín Romaña? o livro é divino. qui-lo por muito tempo. procurei-o. de todas as vezes que dele falo digo sempre sempre sempre Esteban García. alguém me sigure. e, em tendo a mão na massa, impeçam-me o descontrolo vocal em público.]
em conversa, tentando achar a ironia possível, gabei os transportes públicos meia de lágrima em riste. mas em verdade me digo, que fora o medo e imundície geral, tem vantagens sim senhores. leituras em dia principalmente. um olho ou outro fechado, a desculpa a jeito e a barateza, que cara, ainda é. e há uns tempos vi o segundo dorian gray. juro. e o capitão haddock também.
reunir a papelada para fazer a declaração de irs, já atrasada, no princípio do próximo mês
chegar a horas ao trabalho amanhã e das próximas vezes
não faltar à consulta e cumprir ordens às riscas
actualizar o cv ainda hoje
planear o mail que fiquei de mandar
arranjar tempo para o outro mail
arrumar os livros que se espalham desde o ano passado mais os deste ano
ir à praia ainda uma manhã desta semana
passar a ferro a roupa que trouxe para o quarto
reunir os dois mil blocos e agendas
decidir os sapatos que ficam e os que vão
fazer a lista dos fundos - para a viagem e para o resto [incluir multa]
pensar mais na viagem
pensar nos convites e na lista
fazer abdominais
começar a cumprir as minhas listas
que eu sou melher de mil listas e de incumprimentos. a desobediência e a preguiça são a lenha e a chama que me vão dando vapor, entre a sauna e a loucomoção. menos culpabilização, as if, e mais acção. e no meio disto arranjar aquele tempo bom para passar contigo e com o resto, uff! a ver se destes consigo pelo menos metade. shame on me se não faço isto agora que vim prá praça pública lavar a roupa. isto psicologicamente é uma máquina. de cores.
Virtualmente, os japoneses são baixos. Os japoneses raramente são gordos, muitas vezes encolhem à medida que envelhecem. A maioria dos chineses evita os óculos com armação de tartaruga. Os japoneses caminham hirtos, muito direitos, enquanto os chineses, mais descontraídos, têm uma maneira de andar natural. A expressão de um chinês é provavelmente mais simpática, plácida, aberta, contanto que a do japonês é mais positiva, dogmática, arrogante. Os japoneses são hesitantes, nervosos quando conversam, riem muito alto no momento em que não é próprio.
The Times, artigo: «Como distinguir os japoneses dos chineses» [22 de Dezembro de 1941]
post.simple.sample [fazes-me ping pong na barriga, cócegas na língua, papagaios de céu e dás-me rodas, asas e fazes de mim fada. e eu adoro-te loucamente também por isso. e é fácil e é bom e vou tentar não complicar. prometo.] posted by pimpinelle
desbravar irrita-me vê-los olhar para trás! pfff! com tanto futuro à frente! posted by pimpinelle
reposteiro
fui lembrada por estes dias da pena que faz o desaparecimento das cabines telefónicas enquanto cabines. aquels que fechavam a porta e tinham apoios, listas telefónicas e bocais inúteis em dias de chuva. fez-me lembrar que haverá sempre alguma coisa sobre a qual escrever. esgotar o assunto é uma coisa engraçada e a separação do lixo também. é de todas as vezes que sorrio à ideia, eu já contei isto?, de que um escritório de patentes em milnovecentosevintes esteve para fechar à conta de pouco mais haver para inventar. a noção de finitude e o oposto são das coisas mais curiosas. na primeira página da obra o gene egoísta [uma da meia centena de provas do caso feira do livro que me levou à bancarrota este mês] de richard dawkins, gradiva, pode ler-se: "devemos a darwin podermos dar uma resposta sensata à criança curiosa cuja pergunta serve de título a este capítulo [porque existem as pessoas?]. Já não temos de recorrer á superstição quando confrontados com os problemas de fundo: há um sentido para a vida? porque existimos? O que é o homem? depois de formular a última destas questões, o eminente zoólogo G. G. Simpson declarou o seguinte: «aquilo que quero esclarecer agora é que todas as tentativas de responder a esta pergunta antes de1859 [data d'a origem das espécies] são desprovidas de valor e estaremos muito melhor se simplesmente as ignorarmos completamente»".
ora, este simplismo comove-me, aflige-me e a falta de luz é coisa pobre. de ideia narrow minded para outra narrow minded, não avança muito. ainda não cheguei a ponto do livro onde isto venha a ser desmentido. mas «macacos» [também eu a minimalizar] na primeira linha argumentativa, que não chega sequer a ser, não me parece, pelo menos assim de caras, grande resposta para a existência. mais que eliminar todas as outras dimensões da concepção da coisa humana, são para mim de um extremo ridículo e radicular. quadricular de tão quadrado. e agora blá blá blá e já lá vai mais de um século e que não é bem assim e mais mil argumentos para o resto da história e trá lá lá. queria só mostrar que este primeiro parágrafo era de um belo aparvalhamento. agora a ver o que o resto reserva. para além do que citar um home chamado g. g. simpson não impõe respeito nenhum. limites, está tudo nos limites. agora longe disto mas ainda a propósito do ano de cyberia, tenho dado boas voltas e não páro de aplaudir muitos que leio há muito tempo. os que advogam o diabo, os que acham a fogueira, tudo e todos, os que acusam, os que esplanam, os que espraiam e os que se espalham. os que dizem as coisas como são, os que acusam, os que sal e poemam, os que mostram, muito os que mostram, os que levantam, os que nadam e que tudam, os que riem, sempre os que riem, os que invejo, partilho e sobejo. todos os que gosto. sempre ou só às vezes, os que partem e os que ficam. ficam cá. e eu que sou contra balanços não consigo eleger ou destacar um post dos meus e até gostava; só assim de dizer apontando: este foi o maior. mais uma vénia. e que faça sol. ufa! e agora com licença que tenho um fricassé à minha espera.
digo eu, tone, e tu dizes comigo! ando incontactável mas a mandar velas telepáticas e a soprá-las com ventos a grande altitude! é mesmo bom saber-te por perto! goza meu anjo, que bem mereces e a seguir sou eu, até já posted by pimpinelle
it's my party
ena! faz-se mesmo um ano! um no inteiro cheio de magia! boy, i'm happy!
se fose a oprah seriam carros para todos! champagne e bolhas tomam
conta do palco e uma tosta a este que é mais um grande e belíssimo lado
da vida. thanks for watching e stay tuned. obrigada a todos e a maior vénia para um grand finale sem fim!
fez calor e faz um ano que aqui ando. sem balancetes que não gosto de me pesar e conclusões são de sobremesa e ainda vou nas entradas. teve mais de bom que outra coisa. a ver o que ainda me espera atrás da cortina. digo eu para mim.
este patriotismo filho do futebolismo enjoa-me. é engraçado e coisassim mais a bifana aos 45 minutos mas não posso com estes motivos. mais a noitada no luxemburgo e o pato ronaldo e o scolari obrigatório em todas as aberturas de telejornal. se a equipa portuguesa [atenção - não confundir com Portugal] tivesse perdido confesso que me ria a bandeiras despregadas. mas não perdeu e pronto, tanto melhor. resumindo: festa é bom e imbecilidade é mau mas parece que nem todos estão equipados para o perceber.
daria mau poeta, já sabia, milimétrico que era. e a casa apalhaçada pouco espaço tinha, que coubesse meia rima nas frinchas nem ao rodar os pés. mas tinha a Nádia a quem dizia noves fora vai-te embora e ela não ia. passam horas e as letras ficam que não se enjeita a palavrinha. passam os cigarros em comboio. ele sem ofélia e ela sem magala. bibeloteca reformada a que os dois limpam os pós a ver se a coisa despiora e assim. um dia ai e ela sozinha. ele no céu dos ratos que é a barriga dos gatos. e ela na cozinha.
ainda nas lides políticas há que denunciar a fortíssima fixação oral do primeiro. não é a shakira - é a absoluta necessidade de dizer disparates de todas as vezes que abre a boca.