o processo
.lotação esgotada. . phone off the hook.
duas provas de uma grande conspiração para fazer desaparecer a mulher portuguesa.
post-à-porter
great minds think alike. e diz-me o meu pai que se o primo soares dos santos [o desdém pelo capitalista para meus lados avizinha-se sempre pelo parentesco, veja-se o tio belmiro] baixou agora tanto os preços é porque anda a roubar-nos há anos. é assim e não me venham com explicações mercantis que eu não engulo nem um bago.
a propósito disto lembrei-me de como amo uma pechincha. papei manhãs inteiras do antiques road show. curiosidades, preciosidades e relíquias escondidas, tesouros achados e quase roubados de tão baratos que são, desde cedo m'encantam. não irei de cupão guloso na mão nem é o factor compra que estimula. é pelo bem comprado que brado. olho preços e faço estudos de mercado sem dar conta. não penso em margens mas é matemático. está lá. só é pena quando a bolsa é pequena e não dá.
e às vezes também corre mal, que vai-se com sede ao pote de ouro e no fim sai-nos do coiro. na mais recente e anual ida à feira, vi um cinto de supastá. cinco euros, a cigana está louca. pimpona arrepio caminho e mais à frente apregoa quatro. sinto-me usada. mas a coisa passa. hoje no chinês vi a três. cinto arrumado. já sei que não o ponho. amanhã anda meio mundo cuele na cinta e eu desdenho.
e depois há caso feliz, hoje mesmo. soca maravilha estragada e posta de lado. sapateiro curandeiro e voilá! palmas ao artista que ressuscitou as gémeas adormecidas. ai, se eu não fosse eu tinha inveja de mim. e deixa estar, enquanto fores shallow não és outras coisas piores.
de cima abaixo
há um lado de mim que gosta de carpenters. ainda não sei qual.
hall of me
[quando for grande quero ser assim.]
(e por dentro igual à minha tia Madalena)
o velho e o mar
passou de cavala para boga.
a walk in the clouds, o maior passeio em campoilas, flores a tempo inteiro, trovoadas de cavalgadas e fenos amenos, luzes e alcatruzes, queijo fresco, requeijão de bolso, companhia de algibeira, amor de soleira, canseira fogueira de fim de dia no banco branco o mais lento passa tempo. passeio de moinho, leve de vento, semente serpentina, repentina indolente, na molência de moleiro
bicho carpinteiro, caruncho junto ao junco à beira lago, nenúfar encantado, laço encarnado e sorriso aqui deixado. asas como folhas, a direito e pés nas nuvens porque tu vens. de encosto à maré de entregosto até pois é. feito anjo, feito corpo, feito tela, feito escopro, cinzel azul, pincel perfeito. uma na mão outra na manga, dois tangos e deixa o samba. moleza de sesta em dias de festa, a alegria de poder, de ter com sabor a está certo. metafísica quântica, de saltos mais altos, narizes palhaços, dunas abraços de bruços sobre a varanda, sardinheira em marcha lenta, pimento assim assado, um postal encantado e disco virado na banda de coreto, és tu café, concerto. cola na ponta dos dedos, amoras e arvoredos, casas na árvore e anjos caiados de almada, beijo fada de almofada. bandidos, criados, polícias, apanhados e papelinhos cabelos soltos. rodagens e saltimbancos, páginas e capítulos tantos como os que couberem no cesto. e porque é só uma quero passá-la contigo, ferro forjado, de caldo entornado e gelo picado. partidas, largadas, fugidas, mais que três gatos, duas mil vidas. a peça faltante, a posta restante e nem um gigante me levaria. fica fácil, fica logo, fica na cara, no colo e a ver que o que se diz não tem fim, encolhem-se os ombros e diz-se assim, que por mais que diga não chego lá e a paz é enfim. de escadote a galope, um desejo e um recorte, uma pista, um pacote, diga lá dom quixote se não é assim que é. maior cantada de peito aberto e gargalhada a descoberto. contigo está completo.
numa aldeia à esquerda do resto, ia sentada a pensar nos papéis. rei de seus cabelos, apresenta-se em longo intróito que remata ora de lenço, ora a pensar. minhas senhoras, meus senhores, não sou bêbado nem drógado. durmo debaixo de um saco, em cima de contraplacado. pela rima ou pela graça que a desgraça pode ter, estico-lhe a mão à falta de mais, desta vez levo-lhe um leque, não oferte porque não pode ser. era um mas foram dois. e eram mais se mais pudesse. leve agora, que são cinco, depois, quando o tempo aquece. saco à cinta, de segunda a quinta, que à sexta descansa o poeta.
há anos que não via aquele lixo. confirma-se o veredicto. o merdan josé é o ente mais repelente da televisão e arredores. rueff, sai daí! e volta kléber; pelos vistos estás perdoado.
aceita
[tal como está. untouched]
postiço
if wigs had wings, they would fly.
do tunning
discos pedidos e dá-se o mote. a mota não, tem de ser o carro. chunning, como convém, de luzes fluorescentes por baixo da saia saia rebaixada, para dar mais saída. e lembrei-me de um amigo de há anos que gostava da coisa e comprava revistas e entre tweeter e subwoofers eu tentava perceber o gosto. um alindamento. é só estética! e o som a bombar no chaço que normalmente é, sintonia orbital. boné para trás e gel no cabelo ou desenhos feitos à lâmina. mas nada de generalizar, que já os vi com ares compostos dentro do género e até de terço no retrovisor. o quitanço é o mais das vezes para despistar. os próprios, o mais das vezes. o aileron não tem poderes especiais. é só uma asa a mais, para bichos sem o golpe para nada e com queda para pouco. digo e, que posso e devo estar enganada. mas em gostando, ainda bem. entertain the rest of us. ou doem o dinheiro. ou dêem-mo a mim para comprar malas, que também me fazem imensa falta.
ressaca
nestes dias vi assinar apelidos Curioso e Reguinho Lavadinho. concentração imensa de t-shirts C.I.A. cannabis inhaler association, F.B.I. female body inspector. uma única Fokia connecting people. com alguma piada, mas agora longínqua dado o batimento da coisa. coisas mais para rir que para lamentar. que a malta é estóica. e pronto. a desculpa para escrever aqui. ou para começar. que não são necessárias mas dão jeito. as desculpas, isto é. é como ler para escrever. como o outro que é santo. e daí para santo agostinho. e daí para tio augusto a quem a minha tia chamava gostinho. daí para gostinho do brasil, restaurante rodizado. e voltando atrás, a ti gusta. vimaranense hirsuta de barba feita mas de pelo na venta. e agora relendo o que escrevi atrás, a ter de corigir os mais que escrevo quase cronicamente masi. e irrita-me desse mal não me curar. e irrita-me a palavra sanar em vez de outras opções. recepcionar, nem se fala. e pelo andar da carruage, de cereja em cereja, podia aqui verter águas sem parar. mas sabe bem. os dedos nas teclas enquando toca a simone e é como se eu lhe estivesse a tocar o piano. quase. ena, como é bom escrever. o que for. papeladas de coisas que me fui lembrando. e pensar no que nunca escrevo. porque não o chego a fazer. só. se escrevesse para um jornal a coluna chamar-se-ia artigo indefinido. pois, perco tempo a pensar nestas coisas. e perco ainda mais a tentar chegar a um consenso quanto àquilo que devo pensar. e isto do dever é complicado. se escrevesse tinha de ser full time de maneira masi furiosa que de outro jeito. primeira parte a ler, depois a escrever. depois faltam-me duas coisas, para lá do resto que me falta todo. a coragem de começar, sabendo que jamais acabarei e depois, ainda ao mesmo nível, a falta da perfeição do caroço. e é verdade, comi o primeiro pêssego do ano. néon fundido na cozinha e eu com fome, a atirar-me ao fogão quando adivinho o cheiro saudoso do veludo veranil que alguém lá pôs. mão na taça, mão na fruta, da mão prá boca. sem lavar nem nada. pêlo na língua a saber a pó e sumo pelos dedos abaixo. e fumo no olho agora. e pêlos nas pernas e como eu me cortei porque achei que bolhas substituíam a espuma. mas falta-me a história ainda. o histórico revisitado. estupidez ou não, é dito por quem sabe ou não que é só com calo. que se lixe. mas com esta atitude que se lixe tudo e não pode ser. e a ler o jl relembro, como se fosse preciso, o meu amor à conversa de mesa, historieta e episódio chalássico. uns inesquecíveis e outros que voaram mas que ouvi com todo o gosto sôfrego com que oiço sempre tudo. mesmo quando não parece. e ainda a ler o mesmo, dou com gralhas seguidas e não resisto a anotá-las mentalemente. feitio judaico, diria o steiner. e com razão que o tenho. e bem se vê. esse e o resto. e nada de masi nomes que o pingarelho fica melhor quando se esconde, por experiência própria. e que bela herança. tenho-a toda e não quero mais nada. let it snow, let it snow, let it snow. e isto fica assim mesmo, como está. escrito de corrida em menos de minutos. só para desenferrujar os dedos.
já vai sendo tempo de publicar aqui uma valente opinião. que tal?
pontas e dedos
agora tenho um rabo de pónei.
diário de verdades
still a thrill.
always a thrill.
preciso de um Inventário,
para este caso o Dicionário não chega.